O relatório do deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), sub-relator de Fontes Financeiras da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, será ampliado e incorporado pelo relator Osmar Serraglio (PMDB-PR). A intenção, segundo o próprio Fruet, é tentar um acordo entre a base do governo e a oposição que permita a votação do relatório.
Na semana passada, o PT e os partidos aliados pediram vista do relatório, impedindo sua votação. A senadora Ideli Salvati (PT-SC) considerou o relatório parcial, por não incluir as investigações que estão sendo realizadas sobre a utilização de caixa 2, em 1998, na campanha do então governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB), candidato à reeleição.
Gustavo Fruet disse que o acordado com o relator foi incluir, a título de "citação", o senador Eduardo Azeredo, o tesoureiro de sua campanha em 1998, Claúdio Mourão, o publicitário Duda Mendonça, o ex-presidente do PT, José Genoino, e o tesoureiro do PL, Jacinto Lamas. Em conseqüência de um depoimento do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, também serão citados tesoureiros estaduais petistas que teriam recebido dinheiro de caixa 2 para campanhas de 2004.
Além de citar tais pessoas como investigadas, o relatório de Fruet pede ao Ministério Público o indiciamento de Delúbio Soares, do empresário Marcos Valério de Souza e de seu contador Marcos Prata. Perguntado se estas alterações viabilizariam a votação do relatório, Gustavo Fruet afirmou que, se o acordo não for possível, as informações deverão ser incorporadas no relatório de Osmar Serraglio.
Fruet sugeriu ainda que fosse retirada toda a introdução do relatório para facilitar a votação, uma vez que as maiores divergências dos parlamentares governistas estavam, justamente, nessa parte do documento.