Brasília – Nenhum tipo de violência contra crianças é justificável e todas as formas de agressão devem ser prevenidas. Essa é a principal conclusão de um relatório global lançado nesta quarta-feira (11), às 15 horas, pelo secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, na Assembléia Geral da organização, em Nova York. A pesquisa é inédita e traz informações sobre as principais formas de agressão sofridas pela infância a adolescência em todo o mundo.
O estudo global é baseado em relatórios enviados pelos países, entre eles o Brasil, e nas respostas de consultas feitas pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). O documento analisa vários tipos de violência que ocorrem ao longo da vida da criança, dos primeiros meses de vida aos 18 anos, e também os ambientes em que a violência física, psicológica ou sexual é cometida.
De acordo com o relatório, os principais locais em que ocorre a violência contra a criança são o lar, as escolas, os sistemas assistenciais e de justiça, os locais de trabalho e a comunidade. ?A conclusão é que, em cada um desses ambientes, a violência é evitável. Todos esses tipos de violência são preveníveis, podem ser prevenidos?, afirma a oficial de projetos do Unicef, Helena Oliveira.
A violência contra a criança foi considerada um problema de proporções mundiais, estando presente em todos os países, faixas de renda, níveis de escolaridade e grupos étnicos. Segundo Helena Oliveira, o Brasil é citado como país que, mesmo tendo iniciativas de enfrentamento à violência, precisa aumentar as ações e metas para combater o problema.
?O número de projetos e iniciativas de prevenção cresce tanto quanto crescem os números da violência. Então, algo precisa ser feito na metodologia ou na forma de enfrentar a violência?, recomenda a oficial do Unicef.
O estudo foi coordenado pelo especialista independente brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, doutor em Ciência Política e diretor do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (USP). O documento foi produzido com o apoio do Unicef, da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Alto Comissariado para os Direitos Humanos e demais agências da ONU.
Até amanhã (12), o Unicef vai discutir os resultados do estudo com parceiros, jornalistas, especialistas e estudantes em São Paulo, São Luís e Fortaleza.
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