Relatório da CPI dos Bingos pede indiciamento de Palocci

O relatório da CPI dos Bingos, lido hoje no Senado, pediu o indiciamento do ex-ministro da Fazenda e ex-prefeito de Ribeirão Preto Antonio Palocci em três tipificações do Código Penal: formação de quadrilha, falsidade ideológica e peculato. O parecer do relator Garibaldi Alves (PFL-RN) qualifica a conduta de Palocci como de lavagem de dinheiro e improbidade administrativa. A conclusão das investigações levou em conta a participação de Palocci na chamada "máfia do lixo", responsável por fraudes e superfaturamento na região de Ribeirão Preto. Os recursos seriam repassados ao Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores.

"O dinheiro era encaminhado em parte aos responsáveis pela prefeitura municipal (de Ribeirão Preto) por intermédio do senhor Ralf Barquete (secretário do então prefeito) e por intermédio do senhor Nelson Colela Filho, secretário de governo na gestão do prefeito Gilberto Maggione (que sucedeu Palocci) e depois seria repassado para o Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores por intermédio do senhor Delúbio Soares, com autorização do prefeito", alegou o relator.

No relatório, as denúncias feitas por Rogério Buratti, ex-assessor de Palocci, são classificadas como plausíveis. Buratti afirmou que empresas de jogos teriam contribuído com cerca R$ 2 milhões para a campanha presidencial de Lula em 2002. "As investigações dessa CPI demonstraram plausibilidade das denúncias de Buratti , tornando-se logicamente decorrente a suspeita de que os membros da coordenação da campanha presidencial do PT estejam envolvidos em esquemas e operações suspeitas relativos à arrecadação, gerenciamento e disposição de recursos provenientes ilicitamente de empresas de jogos e casas de Bingo." Esse é um dos três trechos do relatório em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é citado por Garibaldi.

O parecer destaca ainda o nome de Paulo Okamoto como um dado importante em relação ao financiamento de campanhas políticas com dinheiro de jogos ilegais. O relatório aponta que o Coaf informou que a empresa de Paulo Okamoto – Red Star Ltda. – movimentou R$ 645 mil em conta corrente entre maio de 2002 e agosto de 2005. A movimentação foi considerada pelo Banco Bradesco "incompatível com o patrimônio e a capacidade financeira do cliente, além de não demonstrar resultado de atividade ou negócios normais da empresa, visto que utilizada para recebimento ou pagamento de quantias significativas sem a indicação clara da finalidade".

O relatório cita ainda que testemunhas disseram ter visto Okamoto visitando a fazenda do comendador Arcanjo, chefe do crime organizado no Mato Grosso do Sul e envolvido no mercado de jogos ilegais. O relatório lembra ainda que as testemunhas disseram ter visto também os ex-ministros Antonio Palocci e José Dirceu, além de outras figuras, na fazenda de Arcanjo. O relatório da CPI indicia Okamoto por crime de lavagem de dinheiro e contra ordem tributária.

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