Brasília ? O deputado Jairo Carneiro (PFL-BA) lê neste momento o voto sobre processo disciplinar contra o deputado João Magno (PT-MG). No documento, Carneiro, relator do processo, defende a perda de mandato do parlamentar. O deputado destaca que é preciso zelar pela dignidade da Câmara.
"Mostra-se reprovável a conduta de parlamentar que participa de esquema irregular de recebimento e emprego de valores em campanhas eleitorais, em franca violação de inúmeras disposições da Constituição e da legislação", afirma o relator.
No voto, Jairo Carneiro diz ainda que os valores repassados ao deputado João Magno "provieram não do pt, mas de fontes diversas". Ele afirma ainda que "cabia ao representado não apenas indagar qual o papel dessas empresas na transferência de dinheiro, mas também declará-las como fonte dos recursos em questão à Justiça Eleitoral".
Para Carneiro, os repasses aconteceram de forma "gravemente irregular". Em depoimento no conselho, João Magno admitiu ter recebido R$ 426 mil do Partido dos Trabalhadores por meio das agências de publicidade de Marcos Valério. A quantia, segundo o parlamentar, foi usada para pagar despesas de campanha.
O atraso na prestação de contas teria ocorrido porque o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares teria demorado a entregar os documentos que comprovam a origem do dinheiro. Diante desse argumento, a deputada Ângela Guadagnin (PT-SP) já havia adiantado que, se o parecer de Jairo Carneiro fosse pela cassação do deputado João Magno, ela pediria vistas ao processo.
Guadagnin argumenta que Carneiro foi contrário à cassação de Roberto Brant (PFL-MG), deputado que estaria em situação semelhante à de Magno. Para ela, o relator deveria manter a "coerência".