O senador Demóstenes Torres (PFL-BA), relator do processo contra o senador Magno Malta (PL-ES) por suspeita de envolvimento com a máfia dos sanguessugas, afirmou que os depoimentos desta quarta-feira (4) "reforçam" a informação do empresário Luiz Antonio Vedoin à CPI dos Sanguessugas de que o veículo entregue ao parlamentar capixaba era de propriedade da Planam, principal empresa do esquema. Foram ouvidos Wylerson Moreira da Costa, assessor do deputado Lino Rossi (PP-MT), acusado pela Polícia Federal de ser um dos negociadores da máfia, e Valcir Piran, dono de uma empresa de factoring, que disse ter comprado o veículo Fiat Ducato de Rossi e depois vendido à família Vedoin.

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A CPI investigou a denúncia de que o senador teria ficado com o carro em troca da apresentação de emendas ao Orçamento para compra de ambulâncias superfaturadas. Segundo Demóstenes, a favor do colega há o fato dele não ter apresentado essas emendas. Em sua defesa, Malta afirma que o carro teria sido um empréstimo de Lino Rossi. Mas para Demóstenes Torres, o depoimento do deputado não foi convincente a ponto de derrubar as versões da família Vedoin e de Piran. "É imprescindível que tenhamos os documentos do Detran, a cópia do cheque da compra do carro para chegarmos a alguma conclusão", defende.

Outra parlamentar suspeita de envolvimento no esquema, a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), também foi ouvida pelo conselho de ética. Ela negou a informação prestada por Darci Vedoin de que teria dado R$ 72 mil a Paulo Roberto, genro da senadora, em troca de emendas ao Orçamento.

Serys nega a acusação, atribuindo-a a "uma manobra eleitoral". Afirma, ainda, que não conhece os donos da Planam e que não mantém nenhuma relação com a empresa. "Minhas vida e minha carreira política foram construídas com honra. Por mim, eu me responsabilizo, mas não posso me responsabilizar por ninguém que esteja ou tenha estado à minha volta", defende-se a senadora.

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