O relator geral do Orçamento, deputado Carlito Merss (PT-SC) disse que se for fechada uma proposta de reajuste do salário mínimo de R$ 300 para R$ 350, com a antecipação do pagamento para abril, será um bom resultado das negociações entre o governo e as centrais sindicais. O parlamentar destacou, no entanto, que embora ainda exista a questão do déficit da Previdência, que seria pressionado com o reajuste do salário, atualmente, a maior dificuldade para a definição do aumento do mínimo é o orçamento das pequenas prefeituras do país.
"Hoje as três grandes entidades ligadas às Prefeituras estarão em Brasília fazendo uma solicitação e, veja que incoerência, no sentido de não permitir que o aumento seja tão elevado. Quando trabalhávamos com a expectativa de R$ 340, as entidades já faziam cálculos que isso quebraria ou dificultaria a vida de mais de mil prefeituras, mas não se pode permitir que essa discussão impeça a gradativa recuperação do salário mínimo", disse o deputado.
Para o relator do Orçamento, a recuperação do salário mínimo acima dos índices de inflação, nos últimos três anos, se transformou em mais um instrumento de distribuição de renda no Brasil. O deputado lembrou que no último encontro entre governo e centrais sindicais, na quinta-feira passada, foi apresentada a proposta de R$ 350 para o mínimo com pagamento a partir de maio e a atualização em 10% da tabela do imposto de renda.
Merss acrescentou que as centrais sindicais até aceitaram a atualização da tabela em 8%, mas acharam que o aumento do salário poderia entrar em vigor um mês antes, por isso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria pedido ao técnicos do governo uma análise da proposta. "Como relator, eu preciso desses números para fechar as outras questões que tenho que analisar no Orçamento. Esperamos ter, hoje, o melhor resultado para a maioria dos trabalhadores do Brasil", disse.
