Relator concorda com subdivisões da CPI para investigar compra de votos

O relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga denúncias de corrupção nos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) é favorável à tese de criação de subrelatorias que possam aglutinar, na CPI dos Correios, todas as investigações de denúncias de corrupção.

Hoje, os senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Álvaro Dias (PSDB-PR) sugeriram que estas subrelatorias fossem responsáveis por temas como o suposto pagamento de mesadas para parlamentares e a suspeita compra de votos para a aprovação da emenda constitucional da reeleição para presidente, governador e prefeito em 1997.

Serraglio considera esta possibilidade "mais estruturada" do que se criar comissões para apurar cada uma das denúncias. As subrelatorias envolveriam ainda a investigação de denúncias de corrupção no Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) e o suposto envolvimento do ex-assessor da Casa Civil Waldomiro Diniz com representantes dos bingos.

O relator da CPI dos Correios afirmou que, sem as subrelatorias, fica difícil para os parlamentares da comissão definirem os limites de investigação. Segundo ele, as investigações da CPMI têm assuntos que, aparentemente, se interligam com outros como o suposto pagamento de mesada a parlamentares.

Antes da instalação da CPI, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara restringiu as investigações às denúncias de corrupção nos Correios. "Quando foi pedida a CPMI dos Correios não havia, ainda, as denúncias de mensalão", afirmou.

A criação das subrelatorias entrou em discussão nesta semana depois das criações das comissões parlamentares de inquérito que investigam lavagem de dinheiro em bingos e as supostas mesadas pagas a parlamentares em troca de apoio ao governo. O deputado Michel Temer (PMDB-SP) foi um dos parlamentares a usar a tribuna da Câmara para defender a concentração das investigações na CPI dos Correios, evitando assim a pulverização das apurações. A mesma linha de raciocínio foi defendida, hoje, pelos senadores Pedro Simon (PMDB-RS), Álvaro Dias (PSDB-PR) e Heráclito Fortes (PFL-PI).

Heráclito Fortes disse que a criação de subrelatorias é fundamental para "dividir as tarefas e ordenar os trabalhos da comissão". O parlamentar ressaltou que isso facilitaria o andamento das investigações uma vez que as quebras de sigilos bancário, fiscal e telefônico, de uma mesma pessoa valeria para todos os trabalhos.

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