Para tentar evitar que os preços do álcool continuem em queda no mercado interno, o Ministério da Agricultura pediu nesta terça-feira (29) encaminhamento dentro do governo para que a mistura de álcool anidro na gasolina seja elevada dos atuais 23% para o teto de 25%. "Temos informações a respeito da safra de cana e da produção de álcool que justificam o aumento do porcentual do combustível na gasolina", disse o ministro Reinhold Stephanes.
A expectativa do ministro é de que, ainda no mês de junho, a mistura volte a ser de 25% e interrompa a queda dos preços do álcool. Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), na última semana os preços do álcool anidro recuaram 13,74% e atingiram o menor patamar desde setembro de 2005.
Câmbio
O pedido dos produtores para que o governo equalize de alguma maneira a desvalorização do dólar em relação ao real ainda não está sendo discutido internamente, entre os ministérios envolvidos no processo, segundo Stephanes. "O governo não tem como intervir no câmbio. As medidas possíveis estão sendo tomadas, mas ainda não houve uma reação do dólar. O câmbio que temos é esse", defendeu o ministro.
Apesar de admitir que a equalização do câmbio ainda não está na pauta de discussão do governo, Stephanes reconheceu os problemas que a desvalorização do dólar ante o real tem trazido para o agronegócio. Durante reunião com os presidentes das câmara setoriais do setor, o ministro lembrou que é preciso encontrar medidas compensatórias para manter o agronegócio ativo. Entre essas medidas estaria a redução dos juros aplicados na atividade produtiva, atualmente em 8,75% ao ano. "Espero sinalizar uma redução dos juros muito em breve", disse o ministro.