Regularização fundiária e preservação ambiental vão ter ajuda de satélite

O Instituto de Terras, Cartografia e Geociências (ITCG) ? autarquia vinculada à Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos ? vai utilizar imagens de satélites, para desenvolver projetos e levantamentos voltados à regularização fundiária, reforma agrária, revisão de divisas municipais e cadastro de imóveis rurais. A tecnologia também será utilizada em projetos de cartografia social como quilombolas, áreas de faxinais e comunidades indígenas.

Por meio da Secretaria de Desenvolvimento Urbano, o Governo do Estado investiu cerca de R$ 4,5 milhões na aquisição do material – com capacidade para diferenciar áreas a partir de 25 metros quadrados e mapear manchas urbanas, áreas rurais e, principalmente, áreas com remanescentes florestais e seus entornos.

?Esse mapeamento é um marco para a história do Paraná, pois permitirá obtenção de imagens de todo o território paranaense em curto espaço de tempo. Antigamente, demorávamos cerca de dez anos para concluir um trabalho como esse, com o uso de aviões. Teremos o Estado mapeado por inteiro em uma única escala com qualidade cartográfica e imagens atualizadas?, afirmou o secretário, Rasca Rodrigues.

Colaboração

O ITCG está colaborando no processo de validação das imagens de satélite e mapas. Depois da conferência individual de cada cena, imagem obtida pelo satélite, elas ficam disponíveis para todas as secretarias e suas vinculadas, como já vem ocorrendo com a Secretaria do Meio Ambiente, ITCG, Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e Superintendência de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental (Suderhsa) através de termo de cooperação firmado com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano.

De acordo com Rasca, a tecnologia permitirá cruzar informações anteriores com as atuais e saber, por exemplo, se em determinada região havia florestas. ?Além disso, poderemos determinar se o dono de uma propriedade possui ou não reserva legal ou Área de Preservação Permanente (APP), a partir do mapa de declividade do terreno e antes mesmo das equipes do IAP chegarem ao local?, demonstrou Rasca.

De acordo com o presidente do ITCG, José Antonio Peres Gediel, as imagens são conferidas, uma a uma, e a validação deve ser concluída até dezembro deste ano. ?Pretendemos avançar em mapeamentos cada vez mais detalhados ao longo do tempo. Com todas as secretarias de Estado utilizando as mesmas informações haverá maior interlocução entre os projetos, facilitando os planejamentos regionais?, destacou.

Entre os produtos gerados pelas imagens de satélites estão mapas de uso e ocupação do solo, a atualização de cartas topográficas na escala 1:50.000 da Copel, e a elaboração de ortocartas – mapas topográficos impressos sobre as imagens de satélite corrigidas de distorções, ocasionadas pela grande distância do satélite à superfície da Terra.

A diretora de Geociências do ITCG, Claudia Sonda, cita exemplos de como as ações desenvolvidas pela Secretaria do Meio Ambiente e suas autarquias serão facilitadas com este trabalho. ?Poderemos identificar através dessas imagens como as comunidades tradicionais existentes no Estado, conservam o meio ambiente. As imagens também subsidiarão informações sobre o Zoneamento Ecológico-Econômico e diversificação agrícola em áreas de terras já tituladas. Por meio delas, o programa Mata Ciliar poderá monitorar o plantio de mudas com enfoque nas áreas prioritárias à conservação, como é o caso dos corredores de biodiversidade ? Corredor Caiuá-Ilha Grande, Araucária e Iguaçu?, enumerou Cláudia.

Ela ainda disse, que o IAP analisará com maior clareza possíveis áreas de ampliação ou criação de Unidades de Conservação. ?Em contrapartida, a Suderhsa poderá avaliar o impacto em torno das bacias hidrográficas de maneira mais eficiente?, finalizou.

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