O ano de 2004 foi marcado pelo aumento das mortes no campo em decorrência de conflitos agrários. Enquanto a região Norte registrou o menor índice de ocupações de terra, os estados do Pará e Rondônia estiveram à frente no número de mortes no campo no ano passado. Das 16 mortes por conflitos agrários no país, seis ocorreram no Pará ? estado onde foi morta há duas semanas a missionária norte-americana Dorothy Stang, que há mais de 30 anos lutava em defesa das causas ambientais e dos trabalhadores sem terra.

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O Pará lidera as estatísticas de mortes no campo também nos casos em que elas não ocorreram por conflitos. No total, 20 pessoas morreram no campo em terras paraenses no ano passado. O estado que registrou o segundo maior índice de mortes foi Pernambuco, com 11 óbitos. Além disso, nove mortes ainda estão sob investigação no Pará e podem aumentar as estatísticas das mortes por conflitos no campo.

De 1995 até 2004, 301 pessoas morreram em conseqüência de disputas de terra. Nesse período, o ano mais violento foi 1996 ? quando 19 trabalhadores rurais sem terra foram mortos por policiais militares no Pará, no episódio conhecido como massacre de Eldorado dos Carajás. Em 1996, 54 pessoas morreram no Brasil em conseqüência de conflitos agrários.

As mortes no campo chegaram a 60 no ano passado em todo o país, tanto em conflitos como por causas diversas, não detalhadas pelo balanço da Ouvidoria Agrária Nacional. A região Norte lidera o ranking, com 24 mortes, seguida pelo Nordeste com 19, o Sudeste com sete, e o Centro-Oeste e Sul, com cinco mortes.

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