Reforma psiquiátrica teve grandes avanços em 2005

A política estadual de saúde mental está mudando do modelo assistencial centrado no hospital psiquiátrico para a assistência fora do hospital de base comunitária e abordagem psicossocial. Para realizar a reforma psiquiátrica e efetivar essa política, as prioridades são a implantação de centros de atenção psicossocial (Caps) e de leitos psiquiátricos em hospitais gerais e a inclusão de ações de saúde mental na atenção básica. ?O objetivo da nova política é resgatar a dignidade do paciente, reconhecendo o seu direito à cidadania, com um tratamento humanizado?, afirma o secretário de Estado da Saúde, Cláudio Xavier.

Nos últimos três anos, os Caps tiveram um aumento significativo em todo o Estado. Passaram de 15 para 37 unidades instaladas em 19 cidades. Os dois últimos foram inaugurados nos municípios de Campo Magro e Castro, no início de dezembro. Mais 44 devem ser implantados em vários municípios para melhorar o atendimento à saúde mental. As residências terapêuticas também cresceram de maneira significativa, passando de 2 para 17, com 121 moradores. Desde o início do processo de desinstitucionalização foram desativados no Estado 1.618 leitos. Em contrapartida, foram abertas nos Caps mais de 3.500 vagas.

O programa ?De Volta para Casa? atende hoje 114 pessoas, em 15 municípios. O aumento dos recursos para a compra de medicamentos foi de 60% na atual gestão. Na área de qualificação de profissionais, a coordenação de Saúde Mental participou de sete seminários, um curso de especialização em saúde mental, um curso de atualização em álcool e drogas e outras capacitações feitas pelos pólos educacionais nas regionais de Saúde.

Os Caps são serviços ambulatoriais de atenção diária que funcionam com equipes multidisciplinares formadas por psicólogos, psiquiatras, pedagogos, educadores, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais e enfermeiros. Atendem os pacientes com o objetivo de reinserí-los no meio social, evitando o internamento por tempo integral em hospitais. Os atendimentos podem ser diários, três vezes por semana ou duas a três vezes por mês. Além dos atendimentos individuais, do paciente com a família e de grupos de pacientes, são realizadas oficinas terapêuticas de produção nas quais os pacientes fazem trabalhos manuais, restauração de móveis, mosaicos, tapetes e outros.

As residências terapêuticas fazem parte da reabilitação social e desinstitucionalização de pacientes de longa permanência dos hospitais psiquiátricos. São alternativas de moradia para um grande número de pessoas que estão internadas há anos em hospitais psiquiátricos por não contarem com suporte social e familiar adequado. Os moradores recebem tratamento através da rede integral de saúde e contam com a supervisão de um profissional de saúde mental e dois cuidadores.

Já faz três anos que a Secretaria da Saúde implantou as primeiras residências terapêuticas. A ação faz parte do programa De Volta para Casa, do governo federal. Além da moradia, que é financiada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), os pacientes recebem um auxílio de reabilitação psicossocial, em dinheiro, para reconstruir suas vidas.

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