A Unidade Social Oficial de Internação de Londrina funciona hoje com uma nova proposta pedagógica de atendimento aos adolescentes e mudanças significativas na estrutura física do prédio. A reforma começou em dezembro de 2004, depois da última rebelião na unidade, e ficou pronta em abril deste ano.
Para o secretário do Trabalho, Emprego e Promoção Social, padre Roque Zimmermann, a construção do prédio prejudicava o trabalho dos funcionários. ?A forma circular da unidade dificultava o controle dos internos. Era necessário que os educadores ficassem circulando pelo corredor que unia todas as alas. Isso não só impedia uma monitoração eficiente como também era um obstáculo para a aplicação das atividades sócio-pedagógicas?, disse.
A diretora do educandário, Laura Keiko Okamura, conta que, nesse período, os 50 funcionários passaram por uma capacitação de 600 horas, em que tomaram conhecimento da nova proposta pedagógica que seria implantada na unidade. ?Reabrimos com uma proposta de atendimento personalizado para o interno, visando a sua reinserção digna na sociedade?.
A proposta é fazer um estudo da situação de cada adolescente, analisar suas aptidões e suas vontades para oferecer à ele condições de desenvolver uma habilidade e, com ela, buscar seu espaço na sociedade.
Reforma
Para a reforma, que incluiu a separação dos alojamentos em quatro alas, a cobertura da quadra que fica ao centro do círculo, a construção de solários e de um muro externo à unidade, foram investidos R$ 500 mil reais. ?Em uma das alas, a de recepção, o adolescente passa uma semana sendo avaliado, antes de ser encaminhado para o setor compatível com sua situação?, explica a diretora.
Padre Roque assegura que o ideal é criar alternativas para que os adolescentes não cometam ações que os levem à internação para medidas sócio-educativas. ?O custo para manter um adolescente internado é alto, se comparado com o custo para a sua qualificação, mas, ao mesmo tempo, temos essa demanda real de jovens em situação de internação, e devemos oferecer à eles esse atendimento. Se o período de internação servir para que o jovem aprenda um ofício e retorne à sociedade como um cidadão, nosso trabalho começa a mostrar resultados?.
Mudanças
A mudança mais significativa no prédio onde funciona a Unidade Social Oficial de Internação de Londrina foi a divisão das alas. Na concepção antiga, a construção tinha um corredor em forma circular, que unia todos os alojamentos num único canal de circulação. Tanto o acesso como a saída ao corredor eram feitos pela frente da unidade. Em caso de emergência, as pessoas que estavam mais ao fundo da unidade ficavam sem saída.
Com a nova disposição, o formato circular se manteve, mas o corredor foi separado em quatro partes. O acesso a cada uma das partes é pela quadra de esportes que fica ao centro. Assim, ao mesmo tempo em que um tumulto fica mais restrito a uma única ala, facilitando o controle, as entradas e saídas ficaram melhor distribuídas. Com a abertura do corredor para a separação das alas, foi possível construir um solário para o banho de sol diário dos adolescentes. Além disso, a quadra foi coberta e foi construído um muro externo para que a unidade não ficasse tão exposta.