Reforma em Congonhas-SP pode atrasar quatro meses

A reforma da pista principal do Aeroporto de Congonhas, o mais movimentado do País, na zona sul de São Paulo, pode terminar apenas em novembro, segundo previsão do brigadeiro José Carlos Pereira, presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero). Se o prazo se confirmar, haverá atraso de quatro meses em relação ao cronograma inicial das obras nas pistas auxiliar e principal, com expectativa de término em julho.

Pereira disse que a previsão só é válida se a Infraero conseguir um aditamento no contrato com a construtora OAS, responsável pelas obras em andamento da pista auxiliar, para incluir a principal no projeto executivo. Caso contrário, por licitação, esse processo pode demorar até um ano e meio. ?O aditamento é a saída que estamos tentando, mas será preciso convencer o Tribunal de Contas da União (TCU).

O prefeito Gilberto Kassab (PFL), que vistoriou obras do túnel entre a Avenida Washington Luís e Congonhas, afirmou que apoiará Pereira para pressionar o TCU e liberar o aditamento do contrato. ?Essa reforma é urgente para a cidade.

O contrato de reforma, incluindo as obras dentro do terminal, está orçado em R$ 189 milhões. Só a pista principal está orçada em R$ 13 milhões. A intenção da Infraero é aditar outros R$ 7 milhões para construir alças unindo as duas pistas e melhorar o taxiamento das aeronaves. Ficaria de fora do aditamento uma nova torre de controle do aeroporto, a um custo de R$ 20,8 milhões. ?Está totalmente obsoleta, mas não é algo de caráter imediato.

Segundo cronograma apresentado em janeiro, a reforma da pista principal começaria após o fim das intervenções na auxiliar. Mas houve um atraso no início das obras: a previsão era para 1º de fevereiro, mas a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) só deu a liberação no dia 27 daquele mês.

Apesar do imprevisto, o gerente de empreendimentos de Congonhas, Rogério Barata, disse que a pista auxiliar será liberada para pousos e decolagens no mês que vem, mas ainda sem o grooving – ranhuras na pista que servem para escoar o excesso de água. Essa parte será feita à noite, após o fim das operações.

Segundo o brigadeiro, a Infraero nunca conseguiu fazer uma grande intervenção na pista principal por conta do grande movimento do aeroporto. ?No caso dela não é apenas um reparo, como na auxiliar. Basicamente nós vamos quebrar tudo e refazer.?

Diante dessa necessidade, a pista principal deve ficar fechada por cerca de 30 dias, reduzindo pousos e decolagens dos atuais 37 para 33 por hora. Antes das reformas eram, em média, 48 por hora. Pereira disse que neste período vai impedir que as companhias usem aviões como o Boeing 737-800 e o Fokker 100.

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