O projeto de reforma política sofreu o primeiro revés justamente no ponto nevrálgico: a introdução do sistema de listas partidárias nas eleições proporcionais foi rejeitada por 252 votos contra e 181 a favor, na sessão de quinta-feira à noite. A alternativa de flexibilizar a medida, aceita pelo relator Ronaldo Caiado (DEM-GO), na esperança de aprovar o projeto, também foi detonada por 240 a 203 votos.
A votação prossegue na próxima semana com mais quatro itens: financiamento público e privado de campanhas eleitorais, fidelidade partidária, federação de partidos e extinção das coligações. O presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia, garantiu que a matéria estará na pauta de quarta-feira.
A lista fechada não passou por falta de consenso entre as bancadas do PR, PTB, PP e PDT, cuja opinião generalizada se opunha à medida. As bancadas favoráveis foram as do PMDB, PT e DEM, embora com divergências que afluíram na votação. O PSDB não se definiu.
Com a derrota da proposta de lista fechada, a reforma política voltou à estaca zero e, para as próximas eleições proporcionais, fica valendo a norma atual. Quanto ao financiamento das campanhas, também há idéias contraditórias.
Um grupo luta pelo financiamento público apenas para candidatos majoritários (presidente, governador e senador), e o outro defende a possibilidade do financiamento privado, as polêmicas ?doações?, para os que disputam cargos proporcionais de deputado e vereador. O risco é a pulverização do projeto.