No que se refere à reforma agrária, a qualidade dos assentamentos parece ser fundamental tanto para governo quanto para movimentos sociais. Os dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), apontam que 70% do total de famílias assentadas no país foram atendidas com serviços de assistência técnica e extensão rural em 2004. Para o presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Rolf Hackbart, a qualificação dos assentamentos é o ponto mais positivo do balanço da reforma agrária referente a 2004, divulgado nesta quarta-feira.
"Nós atendemos e vamos continuar a atender mais de 300 mil famílias assentadas no Brasil, através da assistência técnica com convênios de três ou quatro anos que viabilize e qualifique a produção nos assentamentos", diz Hackbart.
O Incra quer levar assistência técnica a todos os assentamentos até 2006. Para isso, para este ano, tem um orçamento de R$ 152,4 milhões. Segundo o balanço do governo, os valores investidos por família em 2004 foram de R$ 16 mil para elaboração de projetos produtivos, assistência técnica, construção de moradias, de cisternas no semi-árido, obras de infra-estrutura básica e de preservação ambiental. Esse recurso foi duplicado já quem 2003 era de R$ 7,7 mil.
Hackbart diz que para o governo é prioridade que os assentamentos tenham acompanhamento técnico, crédito e capacidade de escoar a produção. "Não adianta assentar as famílias se elas não têm condições de obter renda e cidadania nesses assentamentos. Na minha opinião, a qualificação dos assentamentos, trabalhando com reforma agrária regionalizada, por territórios, está sendo o maior avanço deste governo", avalia.