Rio – A criação de uma campanha nacional para o estímulo ao chamado parto humanizado foi considerada como "extremamente positiva" pela Rede pela Humanização do Parto e Nascimento (Rehuna). A campanha será lançada na terça-feira (30) pelo Ministério da Saúde.
"Essa era uma reivindicação antiga dos movimentos que lutam pela qualidade e humanização do parto", comentou a secretária executiva da rede, Heloísa Lessa, em entrevista à Agência Brasil. De acordo com Lessa, muitas mulheres brasileiras ainda têm poucas informações sobre os benefícios de um parto humanizado, que incluiria opção de posições para o nascimento do bebê, acompanhamento familiar e técnicas menos invasivas como a utilização da água no processo do parto. A realização de cesáreas ficaria restrita a casos necessários. Heloísa Lessa disse ainda que o ideal é que a campanha do ministério envolva vários meios de comunicação e seja anual.
"Poderia ser uma campanha como a de aleitamento materno, que nos últimos 20 anos conseguiu que o país obtivesse resultados até melhores que maioria dos países da Europa", explicou. "É preciso desmistificar a idéia que o parto com hora marcado é melhor para a mulher, que ela vai sentir menor dor. Muitas ainda acreditam que terão um grande alargamento vaginal, o que faria com que elas perdessem o prazer sexual."
Lessa disse que o movimento mundial pela humanização do parto ganhou força no Brasil nos últimos dez anos. "Em 1998, o SUS começou a investir mais nesse tipo de tratamento. E no ano passado, uma grande conquista foi a determinação do Ministério da Saúde para que toda a mulher tenha direito a um acompanhante durante o parto."