Brasília – Como financiar 2,2 milhões de partos e 11 milhões de internações por ano? Esses são os números com os quais o próximo presidente terá de lidar na hora de fechar o orçamento da saúde. Ao todo, esses e outros serviços de saúde prestados ao cidadão representam um investimento anual de R$ 80 bilhões por ano, somando recursos federais, estaduais e municipais.
Pode parecer bastante, mas é apenas metade do que Argentina e Chile gastam com cada habitante ? o investimento per capita. O dado é do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O valor menor reflete-se em números da saúde. Segundo dados da OMS, o Brasil tem 26 leitos hospitalares a cada 10 mil habitantes. É uma média menor que a da Bósnia-Herzegovina (30 leitos), Argentina (41) e do Azerbaijão (83).
?Necessitamos de um financiamento que dê melhor a qualidade do sistema?, diz o secretário de Atenção Básica do Ministério, José Gomes Temporão.
Mas não basta conseguir dinheiro, segundo alguns especialistas ouvidos pela Agência Brasil. Também é necessário aplicá-lo melhor, segundo Nilson Rosário da Costa, pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP). ?Podemos melhorar muito a qualidade dos gastos, investindo em estratégias de gerenciamento e em controle e auditorias que fiscalizem os gastos?, concorda Temporão.