O envio de recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para o setor habitacional somou R$ 2,187 bilhões no primeiro quadrimestre de 2006, segundo dados divulgados hoje pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Segundo a entidade, apenas 40% do montante foi investido na construção de novas moradias de interesse social. A maior parte dos recursos – 60% – foi usada para financiar a compra de imóveis usados e cestas de materiais de construção (reformas).
Em nota, a entidade destaca que o atraso na aprovação da portaria ministerial que autoriza o ingresso de R$ 1 bilhão do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) ao Fundo de Arrendamento Residencial prejudicou o investimento em novas moradias. De acordo com o presidente da CBIC, Paulo Safady Simão o baixo repasse para construção de novas moradias contribui para a performance pouco favorável do setor, principalmente em relação ao crescimento dos postos de trabalho formais da construção civil.
A entidade destaca dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho, que mostra que, de janeiro de 2003 a março de 2006, foram criados no país 3,762 milhões de novos empregos formais. Desse total, a construção civil participou com apenas 3,4%, ou 129 mil empregos. "É seguramente a pior participação do setor nos últimos anos", destaca. Na avaliação do presidente da CBIC, se pelo menos 75% dos valores investidos contemplassem a construção de novas habitações, teriam sido criados nos primeiros meses desse ano mais 49,330 mil empregos formais, o que significaria um acréscimo de mais 35% nos empregos gerados pela construção civil nos últimos três anos.