Brasília – O reajuste de R$ 30 no salário mínimo – que desde ontem (1º) vigora com novo valor, R$ 380 – alcançará cerca de 43,7 milhões de pessoas, estima o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

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O aumento de 8,57% do mínimo corresponde à variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) referente ao período de 1º de abril de 2006 a 31 de março de 2007, estimado em 3%, mais aumento real (acima da inflação medida pelo índice). Segundo o Dieese, o novo valor dará um incremento de R$ 16,8 bilhões na economia.

Na avaliação do economista do Dieese José Maurício Soares, o reajuste deverá ser usado principalmente para o pagamento de contas. ?Quem vive basicamente de salário mínimo é comprometido com pagamentos de dívidas e aluguéis atrasados, por exemplo?.

Mas nem todo o dinheiro extra no orçamento mensal vai para pagar dívidas. É o que mostra o estudo ?Mais dinheiro no bolso dos brasileiros? do Instituto Ipso Marplan, realizado ao final de 2006 com cerca de 54 mil pessoas das classes A a E.

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Segundo a pesquisa, a cada ano cresce o consumo, pelas classes mais pobres, de produtos tecnológicos e relacionados a cuidados pessoais e de gêneros alimentícios que não fazem parte da cesta básica.

O levantamento mostra que a pipoca de microondas foi um dos itens que chegou à mesa de 1% dos lares da classe E no ano passado. Misturas para bolos e torta, adoçantes, frango, iogurte e sorvete também estão entre os produtos pesquisados que tiveram aumento de consumo entre essa parcela da população.

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Quando sobra algum dinheiro no apertado orçamento familiar, além de investir na alimentação, os brasileiros gastam mais com produtos relacionados ao cuidado pessoal. Em 2004, de acordo com o estudo, 12% da classe E freqüentava salão de beleza. Em 2006, essa parcela passou para 17%. O consumo de perfumes e protetor solar também cresceu.

A pesquisa mostra, ainda, que desde o ano passado 1% dos lares da classe E e 3% da classe D passaram a ter aparelhos de televisão de 29 polegadas. A compra de telefone celular mais que dobrou entre essa parcela da população, saltando de 13%, em 2004, para 30% em 2006.