O governo do Estado está sensível às reivindicações das universidades e faculdades estaduais e tem como uma das prioridades a recuperação da remuneração dos funcionários, inclusive do corpo docente. Essa foi a posição apresentada nesta quarta-feira (13) pelo secretário-chefe da Casa Civil, Caíto Quintana, durante encontro com os cinco reitores das Universidades Estaduais no Palácio Iguaçu.

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Os reitores Paulo Roberto Godoy (Universidade de Ponta Grossa), Gilberto Pavanelli (Universidade Estadual de Maringá), Lygia Pupatto (Universidade Estadual de Londrina), Onildes Taschetto (vice-reitora da Unioeste) e Antonio Alpendre ( diretor da Fafipar ) solicitaram ajuda do chefe da Casa Civil para o encaminhamento das propostas de reajuste salarial.

Caito Quintana explicou que já está em estudo um projeto que vai corrigir distorções históricas e que um grupo de trabalho – formado por técnicos das Secretarias da Administração, do Ensino Superior, Tribunal de Contas e Ministério Público – tem se reunido para elaborar um projeto que regularize e padronize tabelas de vencimento, cálculos de gratificações, enquadramento de funcionários e cargos.

?Esta proposta deve ser encaminhada já na próxima semana pela Secretaria da Administração ao governador Roberto Requião e podemos dizer que está a um passo para ser encaminhada à Assembléia Legislativa?, comunicou Caito.

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Reestruturação

O sistema estadual de ensino superior apresenta uma série de distorções históricas quanto aos cargos e à remuneração dos servidores. Cada uma das 17 instituições tem regras próprias. Ao longo dos anos, gratificações foram sendo incorporadas sem amparo legal de forma diferentes entre uma e outra instituição.

Ainda segundo o governo, cada instituição aplicou de maneira própria os cálculos de gratificações. Também foram criados cargos em comissão sem critérios pré-estabelecidos e, hoje, há vários funcionários em desvio de função. A falta de padronização faz com que professores, de mesma classe e desempenhado a mesma função, tenham remuneração diferentes.

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Especificamente para os funcionários técnico-administrativos, em dezembro do ano passado o governo do Estado passou a conceder um abono mensal de R$ 300. O abono significou um incremento de 33% na remuneração dos 8,5 mil funcionários da ativa e 650 aposentados.

Investimento

De acordo a Secretaria da Ciência e Tecnologia e Ensino Superior, o orçamento das instituições cresceu 44% nos últimos dois anos. Passou de R$ 479,4 milhões em 2003, para R$ 691,9 milhões em 2005. Já os recursos aplicados diretamente em investimentos, ou seja, sem contar gastos com pessoal e outras despesas, foram maiores ainda. Nos dois primeiros anos do governo Roberto Requião foram investidos R$ 44,4 milhões, valor 188% superior aos investimentos no governo anterior.

O Paraná é a unidade da federação que mais destina recursos do ICMS para o ensino superior: 7,2% da receita do imposto, contra 5,3 de São Paulo, segundo colocado. Está na frente, com folga, dos demais estados da região Sul: Santa Catarina (1,7%) e Rio Grande do Sul (0,1%).