O recuo do governo boliviano na decisão de estatizar as empresas petrolíferas dá uma certa normalidade a uma ação que não era esperada, até porque havia um processo de negociação em curso.A avaliação foi feita pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amroim, antes de anunciar a possibilidade de encontrar-se hoje (15), em Havana, com o presidente da Bolívia, Evo Morales.
Amorim, que participa na capital cubana da 14ª Cúpula do Movimento dos Países Não-Alinhados, defendeu a continuidade do diálogo entre os dois países. ?Temos que ter com eles relação razoável e boa. Queremos que seja cada vez melhor, mas evidentemente tem que ser baseada em previsibilidade?.Segundo o ministro, o Brasil tem todo interesse de ajudar no desenvolvimento econômico e social da Bolívia, mas isso só pode se dar dentro de um contexto de previsibilidade. ?Se tiver sobressalto a cada mês, então não se decide?.
O Movimento dos Países Não-Alinhados foi criado em 1961 como alternativa à bipolarização mundial da época, que tinha de um lado os Estados Unidos e de outro, a União soviética. O Brasil acompanha o encontro como observador, a convite do governo cubano.