O Natal também foi pródigo para a Petrobras, porquanto no dia 25 a estatal de energia liberou o comunicado oficial da superação da marca diária de 2 milhões de barris de petróleo. O presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli, comemorou o feito extraordinário, mas enfatizou que será difícil manter a produção nesse nível, embora a determinação do corpo técnico seja enfrentar e vencer o desafio.
Para o governo Lula, que não poupou esforços no sentido de estimular o fortalecimento das atividades da Petrobras, num leque que vai da pesquisa à distribuição de combustíveis, passando pela exploração, produção, refino e demais itens específicos do complexo petrolífero, esse foi um avanço digno dos melhores encômios.
Mesmo os contratempos que a estatal teve de enfrentar em território boliviano, onde o presidente Evo Morales assumiu posição hostil à presença de empresas estrangeiras no país, aparentemente foram minorados pelo retorno dos investimentos da Petrobras na Bolívia. A empresa também teve condições de absorver o impacto da explosão dos preços do petróleo no mercado mundial.
Contudo, o êxito mais retumbante da empresa em 2007 foi o anúncio da descoberta da megarreserva de petróleo abaixo da camada de pré-sal na Bacia de Campos, no denominado Bloco Tupi, onde os primeiros testes serão antecipados para o próximo ano. Segundo especialistas, a citada jazida está estimada entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris de petróleo leve, justamente aquele que tem o maior valor comercial.
A produção diária de 2 milhões de barris coloca a Petrobras no rol das maiores empresas petrolíferas do mundo, além de ser extremamente significativa para a conservação da auto-suficiência. O diretor de Exploração e Produção, Guilherme Estrella, garantiu que o plano é manter o recorde quebrado agora também no próximo ano.
Dentre os maiores obstáculos à produção, a Petrobras alinha o atraso na entrada em funcionamento de algumas plataformas marítimas, acarretando paralisações comprometedoras no ritmo da produção. Cinco novas plataformas entraram em operação este ano e, na semana passada, foi conhecido o ganhador da construção da P-57, obra orçada em R$ 1,1 bilhão.
Cálculos não devidamente aprofundados, para empregar um termo afinado com a principal especialidade técnica da empresa, indicam a existência de um volume provável de reservas na camada de pré-sal, entre os Estados de Santa Catarina e Espírito Santo, numa faixa de 800 km de comprimento e 200 km de largura. Monteiro Lobato jamais sonhou tanto…