Um grupo formado por 90 prefeitos, vereadores, secretários de estado e técnicos de 14 países da América Latina e Angola visitou a Unidade de Valorização de Rejeitos (UVR), mantida pelo Instituto Pró-Cidadania de Curitiba (IPCC), em Campo Magro. O grupo representa a VIII Missão Técnica Internacional que, em Curitiba, busca conhecimentos sobre práticas modernas em reciclagem e manejo de resíduos sólidos.

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"Curitiba é referência na separação do lixo. Esta usina é um dos exemplos que o município tem para captação de recursos que serão aplicados na área social", afirma a presidente do IPCC, Fernanda Richa. Na usina, depois de separado, o material é prensado e vendido para empresas. Os recursos obtidos são aplicados em programas sociais do município e usados na manutenção da usina com 76 funcionários.

Durante a visita, os gestores conheceram como é feita a separação do lixo que chega à usina em duas esteiras automatizadas usadas no processo. São, em média, 430 toneladas por mês, o que significa poupar mensalmente o corte de 15.000 árvores e evitar a extração de 58 toneladas de bauxita, minério usado na fabricação do alumínio.

O grupo também conheceu alguns produtos feitos nas indústrias com o material reciclado da usina. Foi mostrado, por exemplo, a telha feita com tubos de pasta de dente reciclados. Outro produto da reciclagem que está sendo utilizado pela indústria da construção civil é o tijolo de concreto leve, que tem em sua composição materiais obtidos da reciclagem, como o isopor e garrafa PETI, que conferem leveza ao produto e garantem isolamento térmico à construção.

Alfredo Carlos Holzmann, gerente da usina, afirma que Curitiba está na vanguarda da separação do lixo urbano desde 1989. Holzmann explica que campanhas recentes promovidas pela Prefeitura de Curitiba para incentivar a população a separar o lixo de forma seletiva – papel, plástico, metal, vidros e orgânicos – aumentaram em 43% a coleta mensal feita pelos caminhões na cidade. Isso, explica, representou um aumento médio de 15% na produção mensal da usina. "É um trabalho contínuo que envolve conscientização social e educação ambiental de crianças e adolescentes em fase escolar", diz o gerente.

No ano passado, a usina recebeu 17 mil visitantes, entre técnicos de mais de 20 países e alunos de escolas públicas e particulares de Curitiba e Região Metropolitana. Os estudantes vão à usina para participar de atividades sócio-educativas na área ambiental. Os visitantes aproveitam para também conhecer o museu que fica dentro da usina.

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