Passada a animação dos foliões no Carnaval, começa a festa para o setor de reciclagem de alumínio. Com o aumento do consumo de bebidas durante esse período, a reciclagem é alavancada pelas milhares de famílias que têm nesse processo sua principal fonte de renda. Segundo a Associação Brasileira do Alumínio (Abal), cerca de 150 mil pessoas estão envolvidas no recolhimento de latas de alumínio, atividade que rende de um a três salários mínimos mensais.

A venda de alumínio passou a ser atraente até para quem não vive exclusivamente dessa atividade. De acordo com a proprietária do Ferro Velho Borges, Dalvanir Teixeira Borges, lanchonetes, restaurantes e famílias estão guardando latas para vender. “Se uma empresa faz festa no final de semana, logo trazem as latas aqui para nós”, disse.

Como o alumínio tem cotação em dólar, o preço final também varia. Hoje, segundo Dalvanir, o quilo da lata está valendo R$ 3,30. O mesmo preço vale para os lacres das latas. Ela desmentiu que as fábricas de refrigerantes ou protéticos estariam comprando esse material para reaproveitar. “Essa foi uma história que se espalhou, mas não passa de boato”, disse.

Dalvanir afirma que a média de recebimento de latas de alumínio no estabelecimento chega a 150 quilos por dia. Mas nesta semana esse índice deve dobrar. Tudo o que é recolhido, diz a proprietária, é vendido para um atravessador que leva o material para São Paulo.

Recorde

Dados do Instituto Nielsen indicam que os estados recordistas de latas de alumínio são Rio de Janeiro e a região Nordeste. Cerca de 32% do total das vendas ocorre no primeiro trimestre do ano. O volume corresponde a cerca de 3,5 milhões de latas – 45 mil toneladas de alumínio.

No ano passado, pela segunda vez consecutiva, o Brasil foi o campeão mundial no ranking de reciclagem de latas de alumínio entre os países onde essa atividade não é obrigatória por lei. O índice chega a 87% – 121,1 mil toneladas de latas. Em segundo lugar ficou o Japão, que tem um índice de 83,1%.

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