São Paulo (Alô) – Com exceção de alguns poucos segmentos do setor agrícola e de algumas poucas empresas com produção direcionada ao mercado externo, o Brasil vai de mal a pior. Nos acompanhamentos e pesquisas divulgados pelo IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a confirmação de que a recessão, se não atinge toda a economia brasileira, na indústria promove estragos de difícil recuperação.
Representando cerca de 30% do PIB, a produção do setor industrial, na comparação com resultados de igual período do ano passado, apresentou queda (2,1%) no segundo trimestre e fechou os primeiros seis meses do ano no zero a zero (produção estagnada). Com um agravante: quando examinamos ou analisamos a produção industrial produto a produto verificamos que a queda é generalizada. Até o setor de bens de capital, que havia registrado aumento de produção no primeiro trimestre, fechou os últimos três meses com queda de 4,5%.
No setor de bens de consumo, onde a alta dos juros impacta mais diretamente a produção, caiu 8,1% no segundo trimestre. Só a queda dos juros mais a desvalorização do real podem mudar o cenário. Pelo menos é essa a tese defendida por uma grande maioria de analistas e economistas. É justificada no sucesso alcançado por outros países emergentes como o Brasil, Irlanda e Coréia do Sul. Esses países, diferente do Brasil, conseguiram manter períodos prolongados de crescimento nas últimas décadas.
Defensores da queda dos juros e de uma maior desvalorização do real, economistas reunidos esta semana com jornalistas no IED Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial, concluíram: o maior equivoco cometido pelo Brasil foi ter depositado na abertura econômica e no capital especulativo todas as fichas do crescimento econômico. Uma opção de modelo que o governo manteve nos últimos 20 anos e está sendo seguida pelo governo Lula.