Receita leonina

Não haveria simbologia mais apropriada para retratar o apetite insaciável da máquina arrecadadora brasileira, senão identificá-la com a figura do leão, o rei das selvas africanas. Passaram este ano pelas contas da Receita Federal nada menos de R$ 545,38 bilhões, com crescimento levemente superior a 11% em comparação ao valor da carga tributária referente a janeiro-novembro de 2006.

 Para se ter idéia da voracidade leonina da Receita Federal, basta citar que no mês de novembro seus cofres foram irrigados com a apreciável quantia de 52,4 bilhões de reais, quase 20% a mais que em novembro ao ano passado. Dinheiro pra ninguém botar defeito.

 Em valores corrigidos, segundo o penúltimo balanço liberado pelo governo federal, o total arrecadado a mais, em onze meses de 2007, chegou a R$ 54,16 bilhões. O total da receita prevista pelo Orçamento deste ano é de R$ 618,3 bilhões.

 O desempenho surpreendente de novembro se deveu às mordidas nos ganhos propiciados pela abertura de capital pela Bolsa de Valores de São Paulo, Imposto de Renda, Contribuição sobre o Lucro Líquido (CSLL), Imposto de Importação e IPI vinculado às compras no exterior. Somente em novembro, as importações cresceram 35,66% em valor financeiro em face da ótima perspectiva de vendas de final de ano.

 Além do excelente funcionamento do sistema de arrecadação, os números refletem o crescimento da economia brasileira apesar do impiedoso torniquete da carga tributária, desmoralizando de uma de vez a afirmação cavilosa que empresário brasileiro é sonegador.

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