A butique de luxo Daslu será autuada pela Receita Federal em R$ 236.371.942,45 por falta de pagamento de impostos de importação na compra de produtos no exterior feita pela Multimport entre 2001 e 2005. O valor também soma juros e multas. Outras ações ainda correm no órgão e deverão autuar a empresa por suposta sonegação de impostos internos.

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Uma fonte da Receita disse que a empresa deverá sofrer até mais cinco autuações no próximo ano. Para o começo de 2007, o procurador da República Matheus Baraldi Magnani, disse que deve sair a decisão criminal do caso. Os proprietários da Daslu, Eliana Tranchesi e seu irmão, Antônio Carlos Piva de Albuquerque além de outros cinco importadores, são acusados de formação de quadrilha, descaminho aéreo (importação de produtos lícitos, mas de maneira irregular) e falsidade ideológica.

"Hoje começa a nova fase, que é o resultado da operação do Caso Daslu", disse Magnani. O procurador explicou que a butique é devedora solidária no processo, pois a importadora era sua parceira no que o MPF considera um esquema de sonegação de imposto. "Estavam juntas na fraude", afirmou.

A advogada criminalista da Daslu, Joyce Roysen, informou que a empresa não pagará o valor e pedirá a impugnação do auto. Em nota, ela informa que a Daslu "não foi autuada pela Receita Federal". De acordo com a nota, a autuação da Receita foi para "determinada trading" que no passado revendeu mercadorias importadas para a Daslu. "Pretendeu-se também responsabilizar solidariamente uma empresa (NSCA, que já administrou a butique) que hoje não tem qualquer ligação com a Daslu.

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O procurador contou que recebeu documentos da Justiça dos Estados Unidos para comprovar mais fraudes. "Recebi mais provas do Departamento de Justiça para auxiliar no processo criminal." Ele se refere às empresas fornecedoras à Daslu, que trabalha com várias marcas internacionais. A Daslu foi alvo de ação policial em julho de 2005, na chamada Operação Narciso.

A investigação começou porque fiscais da Receita localizaram notas fiscais de importação de fachada e da transação verdadeira em malotes de importação. Havia, na época, por exemplo, um documento da empresa Horcy, de Miami (EUA), vendendo a carga para a Multimport, taxada de empresa de fachada ou fantasma, bem como outras importadoras para a Daslu. Em dezembro, o MPF informou ter encontrado uma carta da Multimport na qual havia uma planilha com diversas propostas de subfaturamento.

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