A receita das exportações brasileiras de carne bovina bateu o recorde de US$ 403 milhões em agosto, informou hoje a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). O valor é 13,2% maior que o recorde anterior, de julho deste ano, quando alcançou US$ 355,9 milhões. Na comparação com o mesmo período do ano passado (US$ 232,5 milhões) o avanço foi de 73,3%.
A Abiec credita tal desempenho ao aumento do preço do produto no mercado internacional. O valor médio da carne in natura em agosto foi de US$ 2.554 por tonelada, 13,67% maior que os US$ 2.246,88/t apurados em agosto de 2005. Com relação a julho, quando o preço médio foi de US$ 2.520,59/t, o valor subiu 1,3%. Nas carnes industrializadas o preço médio em agosto foi de US$ 3.158,82/t, 1,79% maior que no mesmo mês do ano anterior, mas 1 25% menor que em julho.
Em volume, as exportações do mês totalizaram 248.299 toneladas equivalente-carcaça, aumento de 6,77% sobre os embarques de agosto de 2005 e de 12,53% sobre julho.
De janeiro a agosto deste ano a receita com as exportações de carne somou US$ 2,4 bilhões, aumento de 15,93% comparado a igual período de 2005. Já o volume cresceu 3% no mesmo período. Nos oito meses de 2006, os embarques físicos foram de aproximadamente 1,544 milhão de toneladas.
Segundo a Abiec, a Rússia aparece como o principal país de destino de carne in natura neste ano, com receita de US$ 319 milhões para 210 mil toneladas do produto. O segundo país na lista é o Egito, com receita de US$ 276 milhões e 222 mil toneladas. Holanda, Itália, Reino Unido, Argélia e Alemanha aparecem logo em seguida. Também nos primeiros oito meses do ano os Estados Unidos foram os que mais compraram carne industrializada (US$ 186 milhões, para 109 mil toneladas) seguidos do Reino Unido, Itália, Holanda e Alemanha.
Apesar de o Chile ter aberto mercado para o Rio Grande do Sul, o país não apareceu entre os dez maiores importadores. Quando não havia embargo, o Chile era o terceiro maior comprador do Brasil.
Os números do mês de agosto mostram ainda os reflexos dos embargos de alguns países à carne brasileira, em decorrência do surgimento do foco de febre aftosa em outubro de 2005 em Mato Grosso do Sul. Na expectativa de que os embargos sejam eliminados nos próximos meses, a Abiec mantém a previsão para o fechamento do ano de 2006 em torno US$ 3,900 bilhões de receita cambial.
