As exportações brasileiras de frango caíram 4,7% em 2006, para 2 71 milhões de toneladas, na comparação com 2005. A receita com as vendas externas do setor somou US$ 3,2 bilhões no ano, uma queda de 8,7% ante US$ 3,5 bilhões registrados em 2005. Em dezembro, a receita do setor recuou 17,25% para US$ 296,4 milhões na comparação com o mesmo mês em 2005, segundo a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef). Os embarques de carne de frango no período foram de 237 8 mil toneladas, queda de 3,2% ante dezembro de 2005.
De acordo com a Abef, as exportações brasileiras de carne de frango devem se recuperar para o mesmo volume de 2005 neste ano. Os embarques deverão ficar em 2,85 milhões de toneladas, praticamente o mesmo volume de dois anos atrás, quando 2,846 milhões de toneladas foram vendidas para o exterior. Na comparação com 2006 – quando as exportações atingiram 2,713 milhões de toneladas – os embarques de 2007 deverão ter um aumento de 5%.
A recuperação da receita cambial aos mesmos níveis de 2005, porém, não deve vir este ano. Segundo a projeção da Abef, o faturamento das exportações deverá atingir US$ 3,42 bilhões, 6 8% maior que em 2006, quando atingiu US$ 3,203 bilhões, mas 2,5% menor que em 2005, com US$ 3,508 bilhões.
Justifica-se o fato de a receita não acompanhar os níveis de 2005, o fato de naquele ano os preços terem sido excepcionais, segundo o presidente da Abef, Ricardo Gonçalves. Já neste ano, embora a demanda por carne de frango deva aumentar, os preços devem continuar praticamente nos mesmos níveis de 2006. Na projeção da indústria, o preço médio de 2007 deverá ser de US$ 1 2 por quilo de frango embarcado, ante US$ 1,18 em 2006 e US$ 1 23 em 2005.
Gripe aviária
Os recentes surtos de gripe aviária que sugiram na Ásia e na Europa desde novembro não assustam a indústria brasileira e devem ter um impacto bem menor nas exportações. "O consumidor está mais bem informado, as medidas de segurança melhoraram, já se sabe como administrar a crise", avalia Ricardo Gonçalves.
Recentemente, Japão, Hungria, Tailândia, Coréia do Sul e Egito confirmaram novos surtos do H5N1, a estirpe mais letal dentre os vírus que causam a gripe aviária. Em conseqüência, ações de companhias exportadoras brasileiras, como Sadia e Perdigão, registraram queda na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) por conta desses novos casos.
Gonçalves, porém, minimizou o impacto dos surtos afirmando que as exportações brasileiras foram bem em dezembro, quando os novos casos começaram a ser relatados. Os embarques de carne de frango no período foram de 237,8 mil toneladas, queda de 3,2% ante dezembro de 2005. "O volume foi bom para o período", afirma. A receita caiu 17,25% para US$ 296,4 milhões na comparação com o mesmo mês em 2005.