Mesmo com os remendos que o Partido dos Trabalhadores costurou à sua fisionomia recente, a maioria da opinião pública (57%) credita ao grêmio emergido do movimento sindical do ABC a imagem de maior defensor das causas da pobreza.
A descoberta ficou patenteada na pesquisa feita pela Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT, que consultou 2,4 mil eleitores com o objetivo de aferir o pensamento brasileiro sobre os partidos políticos. Informações complementares estão disponibilizadas no site da entidade.
O importante é que, apesar dos desvios que o PT acabou percorrendo naquela teia inconseqüente, visando prolongar sua permanência no poder e das perdas efetivas em termos de confiabilidade, o partido conseguiu manter um apreciável conceito junto à população.
A maioria (57%) reconhece que o PT é o partido que detém a maior parcela de poder, o que mais defende os interesses nacionais (39%), além de ser o mais aberto à participação popular (41%). Contudo, somente 38% dos entrevistados acreditam que o PT continua contando com o apoio irrestrito dos movimentos sociais.
Em relação à maneira de governar, no entanto, a pesquisa mostrou uma faceta que deve preocupar os dirigentes, estimulando-os a buscar formas de reciclar ou, melhor, de retornar por completo às linhas programáticas que o partido sempre propugnou para a administração pública. O PT só é visto por 30% como o que melhor administra os governos, perdendo um ponto percentual quando a pergunta mudou para se é o que faz o melhor governo.
Menos mal, quando se analisa o dado crucial levantado pela pesquisa em relação aos demais partidos, cuja avaliação popular nos mesmos quesitos não ultrapassou 12% das indicações.
As desavenças internas, característica histórica do petismo, foram apontadas por 30% dos entrevistados, que em proporção rigorosamente igual não alimentam dúvidas sobre a presença de corruptos na atual composição partidária. Ainda assim, 36% disseram que o partido tem potencial de crescimento futuro e 34% garantiram que o PT tem as idéias mais modernas. O recado não poderia ser mais objetivo.
