O novo presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), disse que foi eleito por escolha política e não por barganha de cargos e verbas, no segundo turno, com o PP e o PTB. "Não houve nem tempo de fazer promessas, porque do primeiro para o segundo nós levamos cerca de uma hora e alguns minutos", disse Rebelo, em entrevista ao programa Bom Dia Brasil da TV Globo.
Rebelo destacou que os dois partidos representavam 150 votos, no primeiro turno, para os outros candidatos, e que no segundo turno a vantagem dele em relação ao segundo candidato – José Thomaz Nonô (PFL-AL)- foi de apenas 15 votos. O que demonstra, segundo o deputado, que os votos do PP e do PTB, no segundo turno, foram pulverizados entre os dois candidatos.
Aldo Rebelo não respondeu à pergunta se teria se sentido constrangido em buscar apoio dos parlamentares acusados de participarem do esquema do mensalão. "Provavelmente todos os votos de todos os partidos foram buscados por todos os candidatos", desconversou. Ele se definiu como um comunista que acredita na democracia, e assegurou que nos processos de cassação que tramitam na Câmara, os deputados serão julgados com independência pelo plenário da Casa "que é quem tem o poder de cassar ou absolver qualquer deputado processado".
O novo presidente da Câmara condena a chamada "cláusula de barreira" (condição para a participação de pequenos partidos em comissões e com direito a liderança), prevista na reforma política, porque a considera restritiva para a democracia. "Isso não é uma decisão que cabe ao presidente da Câmara. "Mas isso é uma decisão que cabe à Câmara dos Deputados no seu conjunto. E nem sei se há na legislação presente tempo hábil para que esse assunto tenha influência na próxima eleição. Desconfio que não".
Ao ser indagado por que não compareceu à Granja do Torto ontem à noite, para comemorar a sua vitória com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros, Rebelo disse que não foi convidado.