A decisão do governo boliviano de nacionalizar as reservas de petróleo e gás do país, anunciada ontem (1º) pelo presidente Evo Norales, "é um assunto muito sério que precisa de um exame que leve em conta todas as conseqüências do ato do governo boliviano".

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A afirmação foi feita pelo presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), ao chegar na manhã de hoje ao seu gabinete. Segundo ele, o assunto não é de interesse apenas da Câmara ou do Congresso, mas de todo o país.

"Não é um assunto de interesse só do Estado brasileiro, do governo. É um assunto de interesse do povo brasileiro, da sociedade. Portanto, a atitude diante da decisão do governo boliviano não pode ser apenas de governo ou do Congresso. Tem que ser uma atitude que leve em conta os interesses do Brasil e da sociedade".

Aldo afirmou que vai examinar o assunto e mais tarde pretende conversar com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

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Ontem (1º) o presidente Evo Morales assinou decreto que nacionaliza as reservas de gás e petróleo do país. Com a nova legislação, o governo boliviano passa a deter 82% das receitas de todos os empreendimentos no país e as empresas operadoras ficam com 18%.

A Petrobras opera 46% das reservas de gás natural e produz toda a gasolina e óleo diesel consumido pelos bolivianos. A empresa é responsável por 20% dos investimentos diretos no país e por 18% do Produto Interno Bruto (PIB) boliviano.

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