Rebelo discute amanhã proposta de fim do voto secreto em cassação

O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), discutirá amanhã (14), em reunião com os líderes partidários na Casa, a proposta de acabar com o voto secreto nos processos de cassação de mandato de deputados. As pressões pela mudança do sistema de votação, que atualmente é secreta, ganhou força depois da absolvição, na semana passada, dos deputados Roberto Brant (PFL-MG) e Professor Luizinho (PT-SP), acusados de ter sacado dinheiro de contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, tido como operador do "mensalão". O encontro com os líderes será durante um almoço, na residência oficial de Rebelo, no Lago Sul, em Brasília. Há pouco, ele disse que, em princípio, é favorável ao voto aberto. Mas afirmou que é importante verificar os casos em que deve ser adotado esse tipo de procedimento.

Segundo Rebelo, a idéia do voto secreto é proteger o parlamentar de influências. Por isso, o presidente da Câmara considera importante que os líderes discutam o tema. Rebelo observou que há ponderações razoáveis a favor dos dois tipos de voto. "Tem de ser uma decisão coletiva. Não adianta a opinião pessoal minha", afirmou. O presidente da Casa argumenta que, no caso de derrubada de vetos presidenciais a projetos aprovados, é importante o voto secreto para proteger o parlamentar das pressões do governo, que, atualmente, tem maioria na Câmara. No caso da cassação de mandatos de deputados, Rebelo citou o fato de a Casa ter investigado um parlamentar acusado de ter mandado matar outro. "É preciso avaliar se, no fundamental, o voto aberto é mais democrático e supera contrapontos de casos específicos, ou se não", afirmou.

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