Um detento morreu e outros 14 presos, além de dois agentes penitenciários, ficaram feridos nesta quinta-feira (7) durante rebelião no Presídio Ary Franco, em Água Santa, zona norte do Rio. Claudemiro de Siqueira, de 60 anos, morreu no Hospital Salgado Filho, no Méier. A causa e as circunstâncias da morte não foram divulgadas até o início da noite. A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) informou que os rebelados pertencem a uma quadrilha que pratica golpes de extorsão por celular. Eles teriam reivindicado transferência para um presídio sem bloqueadores de telefones.
Além de queimar colchões, cerca de 60 rebelados mantiveram quatro guardas reféns. Dois deles foram agredidos com socos, pontas acesas de cigarro e lâminas cortantes. O tumulto aconteceu na galeria A, onde estão cerca de 400 homens, e foi controlado em aproximadamente três horas. É a segunda vez esta semana que ocorre motim no Ary Franco.
A rebelião começou por volta das 6 horas, quando um agente, armado com pistola, conferia a ocupação das celas. Ele foi dominado pelos detentos, que tomaram sua arma. Em seguida, os rebelados foram até a sala da inspetoria, onde renderam mais três agentes e pegaram uma escopeta e um revólver. Eles subiram para o telhado e as cabines de segurança do presídio. Durante a queima dos colchões, o fogo atingiu instalações elétricas do presídio e deixou a unidade sem energia. A polícia interditou as ruas do entorno do presídio e uma escola municipal, que fica ao lado do Ary Franco, teve as aulas suspensas. As visitas aos presos foram canceladas.
A confusão só terminou quando a equipe do Grupamento de Intervenção Tática (GIT) da Seap entrou em ação, usando bombas de efeito moral e armas com balas de borracha. O coordenador de segurança da Seap, coronel César Rubens Monteiro de Carvalho, disse que o motim ocorreu por falha humana.
