Durou cerca de quatro horas a rebelião hoje no Centro de Detenção Provisória (CDP), em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. A revolta começou por volta das 11h e às 15h já estava controlada. O agente penitenciário Rafael Leal, que era mantido como refém, foi liberado sem ferimentos. Apenas três presos tiveram ferimentos superficiais.
Os presos pediram revisão de penas, melhoria na comida e nos banheiros, além de mais horários para tomar banho de sol. Com capacidade para 900 presos, o CDP está com 750.
A rebelião começou quando o agente foi dominado ao levar um preso que estava na enfermaria de volta para a cela. Com a atuação rápida da polícia, acabou restrita à quarta das 24 alas, onde 31 presos conseguiram confinar o agente. As negociações começaram imediatamente, mas, para garantia, do lado de fora as equipes de elite da polícia paranaense postaram-se prontas para entrar em ação caso fosse necessário. As conversas deram o resultado esperado e o motim foi logo contido.
Advogado
A possibilidade de rebelião no CDP tinha sido levantada na segunda-feira, quando foi preso, dentro dessa unidade prisional, o advogado André Lanzoni Pereira, de 29 anos. Segundo o advogado Dálio Zippin Filho, designado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para acompanhar e apurar as circunstâncias da prisão de Pereira, ele teria dito que foi ameaçado de morte pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) e coagido a ir no presídio transmitir a ordem para que fosse iniciada uma rebelião.
A Secretaria da Segurança Pública do PR informou que o advogado foi preso em função de um trabalho do serviço de inteligência e que sua prisão era mantida em sigilo para evitar a rebelião. O motim de hoje teria entre os líderes um traficante de drogas preso há poucos dias pelos policiais do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope).