Maceió (AE) – Uma rebelião no presídio Rubens Quintella, que abriga presos à espera de julgamento, na periferia de Maceió, terminou com dois mortos e 14 feridos – treze deles vítimas de armas de fogo. A rebelião começou no sábado (11) à noite e foi controlada pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) nesta madrugada. A situação era tensa no local até a manhã deste domingo.
Os detentos serraram grades, queimaram colchões e brigaram entre si. O motivo da rebelião seria a falta de água e a reivindicação do pernoite, no período das festas juninas. Segundo familiares dos presos, outro motivo da revolta foi uma sessão de espancamento promovida pelos guardas do presídio na semana passada.
Morreram Ronaldo dos Santos e outro preso, que foi queimado, ainda não identificado. Até a tarde de hoje os corpos permaneciam no Instituto Médico Legal. Não se sabe se os disparos foram efetuados pelos detentos, pelos agentes penitenciários ou pela polícia. O presídio Rubens Quintella se chamava São Leonardo, mas mudou de nome após ser reformado e reinaugurado no final de abril pelo governo do Estado.
Feridos – Os 14 feridos foram levados para a Unidade de Emergência Armando Lages, dois ficaram internados e os demais foram liberados.
Tensão – Hoje pela manhã o clima ainda era tenso. O chão do presídio tinha muitas manchas de sangue e os agentes penitenciários evitavam falar sobre o assunto, dizendo apenas que o local viveu horas de terror. "Foi um inferno", relataram.
Entre os detentos o clima também era de apreensão. Eles se penduravam nas grandes tentando mostrar aos familiares que estavam bem. Os feridos foram: Reinaldo Serafim da Silva, 33; Roberto Gomes Marinho,19; Leonardo da Silva Ferreira, 19; Paulo Sérgio Carlos Santos, 24; Emerson Fernandes da Silva, 25; Ivanildo Martins da Silva, 18; José Florentino da Silva, 26; José Francisco, 18; Eduardo Henrique da Silva Batista, 24; Gilton Pereira da Silva, 26; Marco Antônio Olímpio,33; Fernando Gomes Marinho, 23; e Mário Marques Barbosa, 27. Apenas um ferido não foi identificado.
Diretor – O diretor do presídio Rubens Quintela, José Francisco Lima, afirmou que não falaria sobre a rebelião. Disse que nesta segunda-feira o secretário estadual de Ressocialização e Cidadania, Walter Gama, trataria do problema.
Enquanto isso, do lado de fora, familiares dos detentos buscavam informações. No início da manhã a visita foi suspensa, aumentando o desespero dos parentes dos presos. Pouco depois das 9 horas, as visitas foram liberadas.