Rebeldes derrubaram hoje um helicóptero militar na capital da Somália, Mogadiscio, no segundo dia de confronto entre soldados e milícias, que a Cruz Vermelha classificou como "o pior nos últimos 15 anos". Atingido por um míssil, o helicóptero carregava soldados etíopes, que apóiam as tropas somalis. O governo não afirmou quantos militares estavam a bordo da aeronave, mas membros da força de paz de da União Africana encontraram dois corpos entre os destroços. "O helicóptero se transformou numa bola de fogo e fumaça", contou Ruqyia Shafi Muhyadin, que testemunhou a queda.
O atentado remete à derrubada de dois helicópteros americanos Black Hawk, em 1993, que levou os Estados Unidos a encerrarem uma frustrada intervenção militar na Somália. A situação em Mogadiscio se agravou ontem, quando soldados e insurgentes voltaram a se enfrentar. O número de civis mortos ainda é incerto. O governo afirma que são 30, mas grupos humanitários dizem que são centenas, já que corpos estão espalhados pelas ruas sem que ninguém tenha coragem de resgatá-los. Pelo menos 230 civis foram levados para hospitais da capital desde quinta-feira.
A Etiópia informou que seus soldados mataram hoje 200 rebeldes da a milícia União das Cortes Islâmicas, durante uma intensa ofensiva militar em Mogadiscio. O grupo havia sido expulso da capital em janeiro, quando as tropas etíopes entraram na Somália.