Real em alta

A valorização da moeda brasileira é assunto no Primeiro Mundo. O real está aproveitando seu ?lugar ao sol?, registrou na edição de ontem o diário financeiro londrino Financial Times, ao comentar a forte ascensão verificada na véspera por moedas de países emergentes. Dentre as principais, o real teve ?uma série de recordes de alta diante do dólar ontem (anteontem)?.

O elemento essencial da valorização residiu na divulgação dos dados da economia norte-americana, mostrando a inflação abaixo da estimativa e, segundo o FT, aumentando o apetite dos investidores por mercados emergentes, mesmo diante da iminência de risco.

De acordo com o site de notícias da BBC, o outro impulso favorável à alta do real veio com a melhoria da avaliação do chamado ?risco-Brasil?, que recebeu a nota BBB+ atribuída pela prestigiosa agência de crédito Standard&Poor?s.

O dado mais confortante é que analistas do mercado britânico afirmam que a tendência de valorização vai prosseguir apesar da compra de dólares pelo Banco Central, na tentativa de limitar o fluxo da moeda norte-americana no mercado interno.

Como se antecipou ontem, o governo brasileiro deverá adotar medidas protecionistas imediatas, entre as quais a redução da carga tributária sobre a produção industrial dos setores de têxteis, vestuário, automóveis, móveis e calçados, a fim de salvaguardar a competitividade dos mesmos, ante o crescimento do volume de importações estimulado pelo câmbio favorecido.

Na mesma cornucópia está a recepção calorosa da condenação a 30 anos de reclusão do mandante do assassinato da freira Dorothy Stang, notícia que teve ampla repercussão na imprensa internacional. Para o espanhol El País, a condenação pode ser ?o começo do fim da impunidade?.

O britânico The Times asseverou que a pena ?é um raro caso de justiça sendo feita na região amazônica, onde nos últimos 30 anos mais de 800 mortes ocorreram em razão da luta pela terra. Contudo, somente quatro mandantes foram condenados, mas nenhum deles está na cadeia.

Aos poucos, o Brasil vai celebrando as pazes com a justiça social e a repartição equânime dos ganhos do desenvolvimento econômico.

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