O presidente regional da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC), Walmor Weiss, diz que toda a economia do Paraná está perdendo com a autorização do aumento nas tarifas de pedágio das concessionárias Rodonorte, Econorte e Ecovia.
"Nossos produtos perdem valor, as exportações ficam mais difíceis e toda a economia sente os reflexos da alta das tarifas", analisa. "É uma bola de neve. Tudo o que o transportador paga acaba sendo repassado para a carga e atinge, por conseqüência, o consumidor final", acrescenta.
Segundo Walmor, o pedágio é um dos maiores concentradores de riquezas do país. "Tira-se de muitos em prol de lucros exorbitantes de poucos, as concessionárias. As tarifas não justificam o que é feito nas rodovias. É um roubo o que se paga de pedágio no Paraná", desabafa.
O presidente da NTC também criticou o aumento das tarifas às vésperas do carnaval. "É um coincidência agradável para as concessionárias e péssima para os usuários. O reajuste vem sendo discutido desde final de 2003 e é autorizado dias antes de um feriado, período em que dobra o movimento nas estradas", lamenta.
Safra
Já para o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Paraná (Setcepar), Fernando Nunes, a alta das tarifas vem em um péssimo momento para a economia do Estado. "Estamos próximos de transportar nossa safra. O aumento vai ter grandes reflexos, principalmente em cargas com baixo valor agregado como é o caso da soja". afirma.
Para Nunes, os valores cobrados não condizem com a situação das rodovias pedagiadas. "As tarifas são incompatíveis com os serviços prestados pelas empresas. Aliás, elas são incompatíveis com a realidade econômica do Brasil. São absurdamente elevadas", critica.
O presidente do Movimento União Brasil Caminhoneiros, Nelson Canan, reforça as críticas. "É um sistema todo errado, em que se paga tarifas altíssimas e não se enxerga investimentos que compense os valores cobrados", salienta.
"O que mais revolta e indigna é o aumento no momento em que todos se preparam para iniciar o transporte da safra. Estamos sendo penalizados pelos acordos e contratos feitos pelo governo anterior. Isso não é justo", desabafa.