O reajuste do salário mínimo de R$ 260 para R$ 300, em maio, e a correção linear em 10% da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), anunciados hoje pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, representam um gasto extra de R$ 5 bilhões na proposta orçamentária para 2005. A informação foi dada pelo relator geral da Comissão Mista de Orçamento, senador Romero Jucá (PMDB-RR). O senador disse que, agora, cabe cumprir "a decisão política do presidente Lula equalizando os recursos do Orçamento".
Jucá destacou que a estratégia na busca de dinheiro para cobrir os gastos com o reajuste do salário mínimo e a correção da tabela do Imposto de Renda será cortar despesas e aumentar receita. O senador disse que há possibilidade de aumento do corte nas propostas de investimentos que ultrapassarem R$ 3 milhões. A proposta de Orçamento enviada pelo governo
prevê um corte de 15%.
Segundo o relator, o aumento do salário mínimo para R$ 300 dificultará a vida dos prefeitos que tomam posse em 1º de janeiro. "Esse é o salário mínimo possível. As prefeituras terão dificuldades de pagar os R$ 300. Estamos no limite da ousadia, é preciso levar em conta o Brasil real", disse Jucá.
Ao tomar conhecimento de que o PSDB quer um reajuste maior na tabela do Imposto de Renda, o relator do Orçamento da União observou: "É fácil. Basta os governadores do PSDB abrirem mão do ressarcimento da desoneração das exportações que, este ano, será de R$ 6 bilhões".