A perda de força na elevação da taxa de água e esgoto residencial (de 1,63% para 0,86%) foi determinante para a taxa mais baixa do Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S), que subiu 0,14% na quadrissemana até 22 de outubro, ante aumento de 0,18% apurado no índice anterior, da semana até 15 de outubro. A informação é do economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Braz.
De acordo com ele, foi o menor resultado do IPC-S desde a quarta semana de julho deste ano, quando o índice subiu 0,06%. O economista explicou que a taxa de água foi reajustada já há algum tempo, e o impacto do aumento dessa tarifa na inflação perdeu força, no âmbito do IPC-S. "Isso fez com que a alta nos preços de Habitação passassem de 0,22% para 0,15%", acrescentou ele, informando que, embora cinco dos sete grupos que formam o IPC-S tenham registrado desaceleração de preços, "o grupo habitação foi o que teve mais influência na taxa menor do indicador". Habitação é o grupo de maior peso na formação do IPC-S.
De acordo com Braz, a surpresa nessa edição do IPC-S foi o comportamento das carnes, cuja alta de preços perdia força a cada apuração mas registrou uma retomada no índice de até 22 de outubro. É o caso das acelerações e deflação mais fraca de preços em aves e ovos (de 4,05% para 4,90%); carnes bovinas (de 3,98% para 4,48%) e carnes suínas (de -0,36% para -0,04%). Braz explicou que, no último trimestre do ano, começa o período de "safra" das carnes, quando a oferta aumenta e os preços sobem menos ou caem. Na avaliação do economista, essa súbita elevação pode estar relacionada aos preços da ração. "Algumas commodities importantes, que são usadas para fazer ração, estão em alta no atacado, como o trigo por exemplo", disse o economista.