O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse que o reajuste de 91% que os parlamentares definiram para os próprios salários "está um pouco descolado da realidade". Ele afirmou após solenidade na sede do BNDES, no Rio, que "só espero que eles (os deputados) não necessitem de mais recursos do Orçamento, que possam se virar com o orçamento legislativo, senão seria uma disputa injusta com necessidades importantes, como a correção do mínimo e da tabela do Imposto de Renda e os investimentos sociais e em infra-estrutura".

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O ministro acrescentou que os parlamentares "precisam de um salário razoável" e argumentou que "sou testemunha da dedicação dos parlamentares, com raras exceções, mas ninguém vira parlamentar obrigado". Para ele, o salário dos parlamentares, "deve dar condições (a eles), mas não descolar da realidade brasileira, somos um País em desenvolvimento". E acrescentou: "Acho que (o aumento) está um pouco descolado da realidade". Indagado por um jornalista se "só um pouco", respondeu que essa era uma "generosidade".

Marinho foi indagado também se não se sente constrangido por negociar o mínimo no momento em que os parlamentares anunciaram o aumento. "São coisas de departamentos diferentes, não tenho constrangimentos na negociação do salário mínimo, não estou negociando salários de parlamentares, essa pergunta deve ser para eles, se eles estão constrangidos". O ministro disse que o governo mantém uma "política vigorosa" de valorização do mínimo.

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