Uma interferência de rádios piratas na comunicação entre pilotos e controladores, na região de Bragança Paulista, interior de São Paulo, permitiu uma aproximação ?fora do padrão? de dois aviões, no dia 22 de abril. Um áudio divulgado anteontem pela Rádio Jovem Pan mostra que o piloto de um Boeing da Gol, que seguia de Campinas para o Rio, teve de fazer uma manobra evasiva para se afastar da rota de um Airbus da TAM, que tinha saído de Congonhas com destino a Ribeirão Preto.

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Segundo fontes da Aeronáutica, não havia risco de choque, mas a bolha de segurança (distância mínima entre os aviões) foi rompida e, por isso, o TCAS, dispositivo que alerta para o perigo de choque, foi acionado. Quando o piloto tentou contato com o controlador para entender o que estava acontecendo, houve interferência na transmissão da mensagem, que não chegou à torre. Sem resposta, o piloto do Boeing optou por fazer uma manobra evasiva.

A distância de segurança padrão é de 5 milhas (pouco mais de 9 quilômetros) lateralmente e 300 metros na vertical. Nesse caso específico, de acordo com o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica, os dois aviões passaram a uma distância horizontal de 6,3 quilômetros e 200 metros na vertical.

O TCAS fez as projeções da trajetória dos aviões e, prevendo uma colisão, orientou o desvio. No entanto, o equipamento não detalha o plano de vôo de cada aeronave e não teria como saber que o Airbus não subiria até o ponto de colisão – o que motivou a manobra evasiva. Na avaliação de oficiais da Aeronáutica, o procedimento do piloto foi correto, uma vez que não conseguiu contato com o controle. O caso está sendo investigado pela Aeronáutica.

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