“Racismo e xenofobia motivaram incêndio na UnB”, diz Polícia Federal

As primeiras investigações da Polícia Federal sobre o incêndio criminoso, com suposta motivação racista, dos alojamentos de alunos africanos da Universidade de Brasília (UnB), ocorrido na madrugada de ontem, apontam, além de dano ao patrimônio público, ações de racismo e xenofobia.

No fim da tarde, um grupo de senadores, deputados, representantes do governo e da Polícia Federal se reuniram com o reitor da UnB, Timothy Mulholland, na reitoria da universidade, para discutir medidas para agilizar a investigação sobre o incêndio.

Em ação planejada, os agressores incendiaram as portas dos quartos enquanto os estudantes dormiam, esvaziaram os extintores de incêndio e colocaram barreiras de tijolos nas portas dos apartamentos para evitar que eles escapassem. A Polícia Federal abriu inquérito para investigar o caso. Amanhã serão tomados os depoimentos de testemunhas, seguranças da universidade, professores e alunos para chegar aos responsáveis. Segundo o senador Paulo Paim (PT-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, o fato não é isolado.

Essa é a segunda reclamação envolvendo hostilidade contra os africanos. Meses atrás, as portas dos alojamentos foram pintadas com cruzes vermelhas e houve discussões acaloradas entre brasileiros e africanos. Nos três apartamentos que tiveram as portas incendiadas, havia 10 estudantes estrangeiros. Não houve feridos porque um dos estudantes estava acordado e conseguiu avisar os colegas. Também participam da reunião o senador e ex-reitor da UNB e ex-reitor da UnB Cristovam Buarque (PDT-DF) e o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), ex-presidente da União Nacional dos Estudantes.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo