Hoje o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados define quais serão as próximas pessoas a depor no processo iniciado com o pedido de cassação do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), apresentado na semana passada pelo Partido Liberal. Os novos depoimentos, no entanto, não vão ocupar o tempo integral de trabalho de todos os membros do Conselho. O relator do processo, deputado Jairo Carneiro (PFL-BA), conta que ainda precisa analisar com "cuidado e cautela" alguns pontos do depoimento de Jefferson, prestado na última terça-feira.
"As notas taquigráficas somam cerca de 150 páginas. Temos aí registrado aquela questão dos R$ 4 milhões que deve ser preocupante para o deputado, além da declaração que ele fez que quem é convidado para assumir uma estatal tem o compromisso de uma contra partida, destinando recursos para o partido", aponta Carneiro. "Vamos estudar com mais cuidado e mais cautela as declarações comprometedoras. Mas não vou antecipar juízo de valor. É uma coisa que requer exame apurado."
No depoimento de terça-feira, Jefferson confessou não ter incluído na prestação de contais eleitorais do partido cerca de R$ 4 milhões usados para financiar campanhas petebistas nas eleições municipais de 2004 . De acordo com ele, esse dinheiro foi repassado pela direção do PT e faria parte de um apoio maior de, no total, R$ 20 milhões, que não se concretizou, assim como a entrega de notas para confirmar o financiamento petista. O presidente do PT, José Genoino, nega o repasse dos recursos.