Nem bem refeito da euforia da indicação pelo PSDB para ser o candidato à Presidência da Republica, o governador paulista Geraldo Alckmin, lembrado por alguns por somente ter construído presídios em sua administração, acabou de ter o ingresso chancelado no clube dos políticos duvidosos.
O Ministério Público do Estado de São Paulo, mesmo em fase preliminar, está apurando a veracidade da denúncia de prorrogação ilegal de contratos de publicidade da Nossa Caixa, instituição bancária do governo estadual, com duas grandes agências de propaganda entre 2003 e 2005.
Comenta-se, ainda, que o governo Alckmin teria favorecido com farta distribuição de verbas jornais, televisões e emissoras de rádio mantidos ou recomendados por deputados da base governista. Os promotores paulistas, coordenados por Carla Maria Altavista Mapelli, trabalham no assunto desde dezembro, a partir da denúncia anônima encaminhada ao Ministério Público.
O governador de São Paulo, que deixa o cargo no dia 31 para dedicar-se inteiramente à campanha presidencial, diz que está sendo vítima de calúnia e difamação e, sequer, admite a possibilidade de ordenar uma investigação nos contratos publicitários da Nossa Caixa, mesmo diante da quantidade de questões nebulosas no relacionamento comercial entre o banco e as referidas agências, segundo informou ontem a Folha de S. Paulo.
Talvez essa seja a amostra inicial da pedreira que Geraldo Alckmin venha a encarar ao longo da campanha. Até agora navegando em águas mansas, o governador, prestes a voltar à planície para disputar a prerrogativa de presidir a República, tomará contato com uma realidade agressiva e desgastante.
Resta saber se terá munição para resistir ao cerco que os adversários e os acasos da militância política lhe reservam.
