Francisco Leong/AFP
O treinador de Portugal, Carlos Queiroz, considerou nesta quarta-feira, no dia seguinte à eliminação de sua equipe da Copa do Mundo de 2010 pela Espanha (1-0), que a frustração de seus jogadores deveria ser “contida”, incluindo a de seu capitão Cristiano Ronaldo.
“Se tiver que passar toda a minha vida ensinando às pessoas que as frustrações devem ser contidas, farei isso”, declarou Queiroz, durante uma entrevista coletiva à imprensa em Magaliesburg, concentração dos portugueses durante a competição.
Perguntado na terça-feira à noite sobre as causas da derrota para a Espanha nas oitavas de final, Cristiano Ronaldo havia lançado aos jornalistas: “Perguntem ao Carlos Queiroz”.
Tentando pôr fim a um início da polêmica em Portugal, onde vários comentaristas viram essa declaração como um ato de desconfiança em relação ao treinador, o craque divulgou um comunicado em que explicou que se tratava apenas de uma frase “simples e inocente”.
“Estou arrasado, completamente desolado, frustrado e sinto uma tristeza inimaginável”, declarou.
“Não vamos ignorar, não estamos aqui para ser colegas dos jogadores”, reagiu nesta quarta-feira Queiroz, acrescentando que “nunca se pode permitir que alguém se coloque acima dos interesses da seleção nacional”.
“Portugal precisa de Ronaldo e Ronaldo precisa da seleção. Mas se a camisa for pequena demais para alguns corpos, eles não precisam estar lá”, disse ainda.
Em plena Copa, Queiroz já teve que “enterrar” os “excessos de linguagem” do meio-campo Deco, que havia criticado suas escolhas táticas após a partida contra a Costa do Marfim (0-0).
Quando os jornalistas perguntaram a Deco se o ambiente nos vestiários tinha sido bom depois da eliminação da equipe, o jogador de origem brasileira respondeu: “entre os jogadores, sim”.
