Um dia depois de o IBGE divulgar números que mostram uma queda de 1,2% do PIB no terceiro trimestre, os diretores do Banco Central (BC) afirmam na ata do Copom que a queda gradual dos juros não comprometerá as conquistas obtidas no combate à inflação e na preservação do crescimento econômico, com geração de empregos e aumento da renda real.
Na avaliação dos integrantes do Copom, a elevação da inflação no curto prazo está sendo determinada pelos efeitos do reajuste dos preços domésticos de combustíveis (implementado na primeira quinzena de setembro) e também pela reversão parcial da "dinâmica" favorável dos preços de alimentos observada em meses recentes. Esses efeitos podem ainda ser observados na próximas semanas. "Tendo em vista que esses efeitos ainda não se esgotaram, é provável que continuem sendo captados nos indicadores de inflação a serem divulgados nas próximas semanas" destaca a ata da reunião do Copom, realizada na semana passada.
Os diretores do BC esperam, no entanto, que essas pressões inflacionárias tenham caráter transitório, apresentando arrefecimento ao longo do tempo, sem que haja contaminação dos índices inflacionários num prazo mais longo. "Embora a elevação da inflação em si fosse amplamente antecipada, a magnitude em que ocorreu superou em muito as expectativas prevalecentes na época da reunião de setembro do Copom", ressaltam os membros do Comitê na ata divulgada hoje.
Segundo eles, o Copom continuará acompanhando atentamente, nos próximos meses, a evolução da inflação e das diferentes medidas do seu núcleo, "discriminando entre reajustes pontuais e reajustes persistentes ou generalizados de preços" para adequar prontamente a postura de política monetária às circunstâncias. O objetivo, afirma os diretores do BC, é assegurar que os ganhos obtidos no combate à inflação até o momento sejam permanentes.