Queda de preços na exportação chega a 7,7%

Brasília (AE) – As exportações acumulam de janeiro a maio deste ano uma perda de 7,7% nos preços em relação ao mesmo período do ano passado. Se comparados os meses de maio de 2002 e 2001, essa queda é de 4,9%. A secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Lytha Spíndola, disse ontem que a redução dos valores no mercado internacional causou uma perda de receita na balança comercial de cerca de US$ 2,1 bilhões nos cinco primeiros meses, ante o mesmo período de 2001.

Lytha Spíndola chamou atenção para a queda nos preços dos produtos manufaturados. Até maio, a perda acumulada é de 5 4%. O setor de produtos básicos teve uma redução de 9% e os semimanufaturados, 11,4%. Ela atribuiu a queda nos preços internacionais ao desaquecimento da economia mundial.

Em termos de volume, as exportações também acumulam uma queda de 5% nos primeiros cinco meses deste ano, ante o mesmo período de 2001. A categoria mais atingida foi a de manufaturados, que apresentou queda de 8%, em razão da redução de vendas para a Argentina. O país vizinho é com quem o Brasil tem o principal déficit comercial. De janeiro a maio deste ano, o saldo negativo atingiu US$ 1,29 bilhão. Em 2001, o déficit do período foi de apenas US$ 387 milhões.

A Argentina superou a Alemanha, que historicamente é o país com quem o Brasil tem o maior déficit comercial. O Brasil conseguiu uma retração do déficit com outros parceiros comerciais, além da Alemanha, como Argélia, Japão, Suécia, Coréia do Sul, Taiwan e Áustria.

A queda das exportações para a Argentina representou 55 1% da redução total das vendas externas. Em comparação com o mesmo período de 2001, as vendas caíram 66,6%. Com isso, a participação da Argentina na pauta comercial caiu de 10,1% nos primeiros cinco meses de 2001 para 3,8% no mesmo período deste ano. Em valores absolutos, a queda das exportações com a Argentina foi de US$ 1,6 bilhão.

O setor de manufaturados foi o mais afetado. As exportações para a Argentina desses produtos caíram 69% e representam quase a totalidade da retração das exportações. Os argentinos deixaram de exportar US$ 1,5 bilhão em manufaturados, se comparado ao mesmo período de 2001. Para lá, o Brasil exportou até maio US$ 802 milhões e importou US$ 2,099 bilhões. O setor de automovéis é responsável por 13% do déficit comercial com a Argentina.

Meta

A secretária considera que a meta de superávit comercial para este ano, de US$ 5 bilhões, é bastante realista e deve ser alcançada. A declaração da secretária se junta a nota técnica divulgada pelo Banco Central, que manteve a previsão de superávit. No entanto, o governo espera uma retração do fluxo comercial.

A balança comercial acumula até a terceira semana de junho um saldo positivo de US$ 2,403 bilhões – quase metade, portanto, da meta. Apesar do superávit, o fluxo de comércio está menor que no ano passado. As exportações caíram 12,2% até maio e as importações, 21,4%.

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