Beneficiada pela forte deflação nos preços de bovinos no atacado (-7,35%), a segunda prévia do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de dezembro subiu 0,28%, menos da metade de igual prévia em novembro (0,75%). Com esse resultado, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) calcula que o índice de dezembro deve ficar entre 0 30% a 0,40%, o que deve conduzir a uma taxa anual inferior a 4%.

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Caso essa previsão se confirme, o indicador deve encerrar o ano com a terceira menor taxa de sua história, iniciada em 1989. No ano passado, o índice já tinha registrado a taxa mais baixa, de 1,21%. "Deve ser a terceira menor mesmo. A não ser que haja uma hecatombe, uma hiperinflação", brincou o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros.

O economista chamou a atenção para o fato de o indicador registrar, de forma consecutiva, duas de suas menores taxas anuais. Em sua avaliação, isso só demonstra como o cenário da inflação no País é favorável, atualmente. Usado para reajustar preços de aluguel e de energia elétrica, o IGP-M acumula elevação de 3,80% no ano. Segundo Quadros, a segunda menor taxa na história do índice foi o IGP-M de 1998, quando o indicador teve aumento de 1,78%. Atualmente, a terceira posição é ocupada pela taxa do índice de 1997 (7,74%).

Na segunda prévia do IGP-M de dezembro, os preços do atacado desabaram, com alta de 0,30%, mais de três vezes abaixo da taxa apurada em igual prévia em novembro (1,04%). Isso porque a inflação no setor de matérias-primas brutas caiu para menos da metade no período (de 3,97% para 1,30%), devido ao forte impacto na queda de preços dos bovinos, cujo setor passa pelo período safra (corte), o que eleva a oferta no mercado interno e, por conseqüência, diminui preços. "O que desacelerou mesmo a inflação do atacado foi o boi gordo", ressaltou.

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Além disso, o setor atacadista também foi beneficiado pelo comportamento do preço da soja, cuja elevação perdeu força e passou de 8,76% para 4,52%, influenciada por oscilações no preço do produto no mercado internacional.

Em trajetória oposta aos preços do atacado, a inflação no varejo e na construção civil se intensificou, na passagem da segunda prévia de novembro para igual prévia em dezembro. A alta de preços ao consumidor passou de 0,17% para 0,24%; e a elevação nos preços da construção civil passou de 0,21% para 0,24%. Mas a influência do atacado, de maior peso na formação do índice, foi mais forte e a segunda prévia do IGP-M acabou registrando uma taxa reduzida.

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